quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

ÁREAS PROTEGIDAS: PARADOXO NO PERU

Exploração de petróleo pode prejudicar
área na divisa com o Brasil

Marc Dourojeanni


Uma parte do governo peruano está promovendo o estabelecimento do Parque Nacional da Serra do Divisor, para complementar o contíguo parque nacional brasileiro do mesmo nome, no estado do Acre. Para facilitar a exploração de petróleo, outra parte do mesmo governo está pretendendo tirar mais de 200.000 ha do Parque Nacional Bahuaja-Sonene, localizado no departamento de Madre de Dios e que faz parte do mesmo corredor biológico que percorre as fronteiras amazônicas da Bolívia, Brasil e Peru. Para complicar as coisas o Presidente peruano entrou na discussão com uma série de comentários imprudentes e baseados em informações erradas.

Há várias semanas a imprensa e as comunicações eletrônicas internacionais e peruanas estão alagadas com o caso Bahuaja-Sonene. Sucintamente, trata-se do fato que o Ministério de Energia e Minas do Peru propôs o corte de 209.000 ha do Parque Nacional para outorgar uma concessão para exploração de hidrocarbonetos. Este parque, estabelecido em 1996 com base em outra unidade de conservação preexistente, tem um total de 537.000 ha. Mas, os hectares que foram requeridos pelos interessados são exatamente o filé mignon da unidade, ou seja, sua área mais natural e preservada.

Esse parque foi considerado recentemente pela National Geographic Society um dos sete parques emblemáticos do mundo e, há anos, teve muito apoio financeiro tanto nacional como internacional. Mas, o escândalo se deve, em grande medida, ao fato que com essa ação o Peru estaria contrariando acordos já assinados para se beneficiar do acordo de livre comércio com os EUA. O escândalo surgiu quase que simultaneamente com a aceitação do acordo pelo Congresso americano e, claro, teve muita repercussão entre deputados e senadores tanto republicanos como, especialmente, democratas. Assim é que, umas semanas atrás, o governo peruano informou que a proposta de Energia e Minas não prosperaria.

Leia o artigo completo do professor Marc Dourojeanni no site O Eco.

Um comentário:

. disse...

Esse povo é bem engraçado... nao querem deixar nada crescer, se metem no Brasil, Bolivia, Peru, queria ver essa voracidade defensiva florestal contra os americanos... quero ver essa turma de desocupado fazer o mesmo la, como fizeram com a Aracruz Celulose no Rio Grande do Sul, porque eles nao vao nos EUA destruir os plantios de soja, algodão e laranja?