quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

ACIDENTE ECOLÓGICO EM XAPURI

Amônia e látex vazam da fábrica de preservativos

Mais de 18 mil litros de amônia e látex vazaram para o ambiente após o desabamento de um tanque da fábrica de preservativos masculinos de Xapuri. O acidente aconteceu no sábado, 22, quando completava 19 anos do assassinato do líder sindical e ecologista Chico Mendes.

O vazamento de amônia e látex desagradou tanto ao governador Binho Marques (PT) que ele visitou a fábrica no dia do acidente, mas evitou comparecer em seguida a um evento sobre manejo e desenvolvimento sustentável, em Xapuri, previsto na programação da Semana Chico Mendes.

- O evento foi muito prestigiado por secretários e assessores, mas somente agora entendemos o que motivou aquela inexplicável ausência do governador - disse uma fonte do blog em Xapuri.

O jornalista Itaan Arruda, assessor de imprensa do governador, confirmou o vazamento. Ele disse que a chefe da Divisão de Indústria, Resíduos e Serviços do Instituto de Meio Ambiente, Maura Ribeiro, visitará a fábrica para produzir um laudo.

Embora ainda não tenha sido inaugurada por falta de oportunidade na agenda do presidente Lula, a fábrica de preservativos de Xapuri foi classificada num prêmio da Caixa Econômica Federal entre vinte projetos no Brasil que teriam resultado em melhorias na qualidade de vida da população.

O governo estadual considera a fábrica "o único empreendimento no mundo com capacidade de produzir preservativos com látex de seringal nativo".

Até aqui o governo se valeu da máxima “o que é bom a gente mostra, o que não é a gente esconde”, do ex-ministro Rubens Ricupero. Teremos que nos acostumar com acidentes assim, pois o Acre parece disposto a viver a qualquer custo a industrialização.

2 comentários:

. disse...

Essa fabrica so pode ser inaugurada com a presença do Lula ?

Unknown disse...

Esse é o tipo de acidente que não deveria acontecer num Estado que conta com organismos regulamentadores e de planejamento. O Acre conta com um Instituto do Meio Ambiente, desde 1986, tem regulamentações próprias, conta com quadro de especialistas, conta com um zoneamento de amplas características, incluindo aspectos da organização territorial da produção - se não tiver, não sei para que serve -, etc. etc. Toda e qualquer fábrica que pretenda se instalar no território acreano deveria submeter a esses organismos projetos que qualifiquem suas atividades e processos industriais a serem desenvolvidos, planos de controle e manejo de dejetos, entre outras coisas. O projeto industrial como o desta fábrica prevê o uso de susbstâncias que podem provocar sérios danos ao meio ambiente, à saúde da população, que podem por em risco o abastecimento dágua, entre outros aspectos. Não poderia, portanto, operar sem uma licença apoiada em laudos de verificação de suas instalações. Se o tal vazamento ocorreu poucos dias depois do início do funcionamento, alguma coisa está fora do lugar e dois setores devem ser chamados a responder por isso: a própria fábrica e os setores responsáveis pela regulamentação e o controle do funcionamento industrial no Estado.