quinta-feira, 1 de março de 2007

VOLTA À DÉCADA DE 70














Da antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, professora da Universidade de Chicago:


Caro Altino

Mandei há alguns dias um comentário para seu blog, mas nao sei se você recebeu, porque nao encontrei mais.

De qualquer forma, o que eu dizia lá era essencialmente que o artigo dos antropólogos Terri Vale de Aquino e Marcelo Piedrafita Iglesias era excelente e que valia a pena checar o desastre que a prospecção e exploração de petróleo e gás natural havia feito na Amazônia equatoriana. Isso está bem documentado no site Chevrontoxico.

Os sinais se acumulam: o governo está para enviar ao Congresso um projeto de lei regulamentando a mineração em área indígena, o Hélio Jaguaribe receita dendê e uma diminuição das terras indígenas, e a gente fica com a sensação de que voltou à década de 1970.


Um abraço e parabéns pelo seu site

Manuela

3 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com a Prof. Manuela C. Da Cunha! E fico muito feliz que Terri de Aquino e Marcelo P. Iglesias estao acompanhando ativamente a questão da prospecção, pois exploração de petróleo não é brincadeira e o estrago é grande. É uma pena mesmo que parecemos estar voltando no tempo e que a política do desenvolvimento a qualquer custo parece estar retornando com força.

Anônimo disse...

Prezados Altino e Professora Manuela:

Esclarecendo um pouco mais a posição de Hélio Jaguaribe, em artigo de alguns anos atrás, este cientista político propunha que os índios fossem integrados à sociedade.

O artigo teve tanta repercussão que o caso foi parar nas mãos da ombudsman da Folha, na época, Junia Nogueira de Sá. A seu pedido, a repórter voltou à fita da gravação e recuperou a frase literal de Jaguaribe, antológica: "É preciso desmistificar formas de congelamento da antropologia. Não existe a menor possibilidade de permanência das comunidades primitivas. É preciso acabar com o índio. Não vai haver índio no ano 2.000".

Abraços,

Alexandre Goulart de Andrade

Anônimo disse...

Caro Altino e Caríssima Manoela,

Resolvi postar esse comentário para lamentar o posicionamento do Deputado Federal Fernando Melo em artigo publicado hoje, dia 02 de março sobre a proposta de pesquisa e prospecção de petróleo e gás no Estado do Acre. Lamento mas, respeito o direito dele e de quem quer que seja se manifestar a favor da proposta do Senar Tião Viana. Agora, dizer que as críticas são ríspidas e partiram de quem pensava que a proposta não seria levada adiante e eram apenas para marcar posição, não é fato. A preocupação com as comunidades indígenas e não-indígenas e com o meio ambiente é honesta e tem fundamento. A questão ambiental é atualíssima e não pode ser tratada apenas como meio de produção econômica ou entre contras e a favor.
Outro equívo do Deputado é sitar regiões em que, segundo ele, a prospecção deu certo. Eu já enviei a este blog carta que as organizações brasileira enviaram ao Equador em solidariedade àquela comunidade fortemente atingida. Também enviei a carta dos indígenas reclamendo dos danos causados pela exploração de petròleo em suas terras. As experiências foram desastrosas.
Quanto ao diálogo, eu mesmo sugerí por várias vezes que fossem realizadas audiências públicas, quantas forem preciso, para esclarecer a população dos reais riscos, até agora não obtivemos encaminhamentos nesse sentido. Aliás, houvir as comunidades indígenas é uma determinação constitucional.

Bom Trabalho,

Lindomar Padilha