sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

DESAGRAVO

A direção do jornal A Tribuna dá sinais de que perdeu de vez o juízo. Na edição de ontem, na coluna Bom Dia, implorou sem meias palavras verba pública ao governador Binho Marques para assegurar a sobrevivência da empresa, além de ter convencido o vereador Astério Moreira (PSB) a fazer barulho com discurso pela reativação dos contratos publicitários.

Hoje, por conta do episódio no qual a corregedora do Tribunal de Justiça do Acre, Eva Evangelista, foi abordada por um guarda de trânsito, multada, teve o carro guinchado e ficou a pé, a Tribuna volta a desafiar a razão ao afirmar que "a desembargadora merece um desagravo de toda a sociedade".

A sociedade nada fez contra a desembargadora e por isso não precisa fazer reparação de suposta ofensa ou dano moral por meio de retratação. Quem deve explicação é o governo do Acre - o comando da Polícia Militar, o secretário de Segurança Pública ou o governador Binho Marques.

O exagero da Tribuna tem explicação. A nota é de autoria de Charlene Gomes de Carvalho, repórter e colunista política do jornal, que o Diário da Justiça revelou ontem ter sido nomeada para ganhar quase R$ 2 mil para exercer o cargo de provimento em comissão de "Chefe do Setor de Atendimento ao Usuário", do gabinete de Eva Evangelista.

Em tempo: O juiz Laudivon Nogueira, presidente da Associação dos Magistrados do Acre, assinou a seguinte nota de solidariedade à desembargadora:

"A Associação dos Magistrados Acreanos vem a público manifestar sua solidariedade à Magistrada Eva Evangelista, atual Corregedora-Geral da Justiça, que sofrera abordagem desrespeitosa e constrangedora por um agente de trânsito, nesta data, quando se dirigia em seu veículo do trabalho para a sua residência.

Na condição de cidadã e de pessoa pública, tendo ocupado os mais elevados cargos do Poder Judiciário, a Desembargadora Eva não merecia ser tratada como foi, sem que isso prejudicasse a regular atuação dos agentes de trânsito.

Esta Entidade de classe além de manifestar a sua solidariedade espera que o episódio seja rigorosamente apurado, a fim de que fatos dessa natureza não mais se repitam".

9 comentários:

Anônimo disse...

Senhor Altino, conheço a Des. Eva Evangelista, desde que esta estava com seus 11, 12 anos de idade. Sempre foi uma pessoa extremamente bem educada e generosa no trato com as pessoas. Isso não se discute, ora pois.
O fato ocorrido não impõe à sociedade acreana retratação alguma.
O que deveria causar indignação é o despreparo, não só dos guardinhas, sejam de verdade, sejam genéricos ou viração, como queiram, mas dos órgãos responsáveis pelo trânsito. Há, para que se ilustrem os diretores, presidentes e outros chefes de carteiras, uma matéria da área de Administração, que tem um bonito nome: relações humanas no trabalho. Nesta matéria (ou disciplina), psicólogos, pedagogos, técnicos da área, juristas, e outros, ensinam noções de direitos e deveres dos agentes públicos, regras de urbanidade, e outras atribuições, principalmente no trato com os colegas de trabalho e no atendimento ao público.
Apesar da Desembargadora ser ilibada, discreta, educadíssima, ela não usa crachá, nem estava de serviço, o que não autoriza o guardinha a tratá-la de forma inadequada, como não deve ser tratado qualquer cidadão comum. Naquele momento, era uma cidadã que, flagrada num ato infracional, deveria, como fez, descer do carro e, como boa entendedora de lei, saber-se apanhada num flagrante delito.
As demais providências a serem tomadas, que sejam.
Na suposição de que ela e Menandro, num arrojo de autoritarismo, tivessem discutido com o guardinha, ou mandado prendê-lo por desacato à autoridade, onde estaria a razão? Quem abusou ou desacatou quem?
Felizmente a Dra. Eva tem, acima da boa educação, bom senso para acionar o Estado e a concessionária, sem que seja preciso pedir a cabeça do guardinha, ou sua transferência para alguma localidade insalubre e longe de sua família.
Se se permitir ao governador, ao secretário, ao desembargador ou aos filhos destes descumprirem as leis de trânsito ou outras mais ou menos expressivas, tendo como respaldo os jornais e as associações de classes, a sociedade terá direito de pedir retratação?
A Dra. Eva não precisa de nada disso. Pela sua origem humilde, creio, o menos culpado será o guarda.

Anônimo disse...

Quem faz a coluna Bom Dia é o Mário Emílio Malachias.

Anônimo disse...

"A senhora é suspeita. Desça do carro, que ele está apreendido - respondeu o patrulheiro" Altino tirei esse trecho da materia que foi postada no seu blog e pergunto. Quem me garante que o policial falou dessa forma?

Anônimo disse...

Leila, disse o que é pra ser feito em relação ao caso da Eva e a lei do trânsito. O mundo não se acabou por isso, aliás Eva faz parte do começo do mundo.

Anônimo disse...

Cometer uma infração de trânsito, ser chamada a atenção por autoridade competente, ter o carro guinchado e dizer que o policial chamou-a de suspeita é muito cômoda...a sociedade quer ouvir o policial, a outra parte e não emitir notas de desagravo... (forçassão de barra ou puxasaquismo).

Anônimo disse...

Veja só, falando de "relações humanas, despreparo e educação" e usa um termo pejorativo, "guardinha", contra o policial... Nem presenciou o ocorrido, nem ouviu todas as versões... olha o pré-julgamento!!!

Anônimo disse...

A lei não se aplica à Eva Evangelista?! E ainda tem gente que concorda. Aff!

Anônimo disse...

A coluna bom dia da Tribuna, há empos não é escrita por Charlene Carvalho. Com uma acusação dessas vc corre o risco de ser injusto (não que eu ache que vc se preocuoe com isso!). Aliás, já tá ficando estranha essa sua cisma com a Charlene. Sei não! ´Tá parecendo recalque, viu?

Anônimo disse...

é mas a Charlene tá respondendo pela Editoria do Jornal A Tribuna...e agora...fala tá...até parece que ela não deu suas pitadas de sal...fala sério...e dá-lhe sal!!!