quinta-feira, 23 de novembro de 2006

BARRA DOS BUGRES

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava inspirado anteontem, durante a inauguração da unidade de biodiesel da usina Barralcool, em Barra do Bugres (MT), quando foi guiado pelo governador aliado Blairo Maggi.

Após ter afirmado que "não tem nenhum sistema financeiro mais perfeito do que o nosso", listou como entraves ao desenvolvimento do país os ambientalistas, as licenças ambientais, os índios, os quilombolas e o Ministério Público.


Imitando Jorge Viana, disse que "na verdade a gente nem deveria utilizar a palavra governar, porque a palavra correta deveria ser cuidar".

Na verdade a imprensa poupa Lula. Até onde vai o nosso presidente? O pronunciamento em Barra do Bugres, sob a influência de Blairo Maggi, foi muito infeliz. Em sentido figurado, bugres são aqueles indivíduos rudes, primários, incivilizados.

Quem duvidar deve
clicar aqui para ler integralmente os discursos de Lula, disponíveis no site do Planalto. Seguem trechos do discurso de nosso inspirado presidente:

"Eu estou me dedicando, neste mês de novembro e neste mês de dezembro, para ver se eu pego todos os entraves que eu tenho com o meio ambiente, todos os entraves com o Ministério Público, todos os entraves com a questão dos quilombolas, com a questão dos índios brasileiros, todos os entraves que a gente tem no Tribunal de Contas, para tentar preparar um pacote, chamar o Congresso Nacional e falar: “Olha, gente, isso aqui não é um problema do presidente da República, não. Isso aqui é um problema do País”.

"Na hora em que o Brasil estiver em jogo, como é que a gente vai construir as termelétricas? A gente vai produzir energia do quê, neste País? Porque as pessoas não querem que a gente use carvão, as pessoas não querem que a gente faça termelétrica, as pessoas não querem usina nuclear, e não têm dimensão do preço da eólica, do custo da termelétrica a óleo diesel.

"Então, o que nós precisamos, e aí eu quero defender a nossa querida companheira Marina, porque a Marina tem uma coisa que é o seguinte, ela fala: eu não estou aqui para proibir fazer, eu estou aqui para tentar discutir como fazer melhor, sem prejudicar o meio ambiente. Acontece que a legislação aprovada por nós – e eu já fui deputado – a gente coloca um item lá que se o cidadão do Ibama der uma licença prévia e tiver um problema de acusação contra ele, os bens dele são indisponibilizados. Então, ele tem mais é que cuidar de dizer: “Eu não vou liberar. E se eu for preso, quem vai pagar advogado para mim?”. Porque é assim, a gente faz as coisas desconfiando um do outro".

3 comentários:

Anônimo disse...

shame on you, Mr. President!!! O Lula deve ter tido algumas aulas com o Bush seguindo a política do "Desenvolvimento a qualquer preço and fuck the rest". Muita gente lutando por um país melhor, mais humano e o cabra querendo botar abaixo pequenas conquistas de décadas. Estarei sonhando? Estou é tendo um pesadelo!!! Da próxima vez quero Marina como Presidente!!!

Anônimo disse...

Querido,
Voce precisa noticiar a "grande" participação ambiental brasileira no encontro da África. Noticiar, por exemplo, porque o Brasil saiu de lá com o prêmio Fóssil. Pq vc não pede aos nossos ilustres representantes uma entrevista sobre o nosso desempenho lá? Voce ía ver que Lula não fala sozinho. Só preserva os amigos. Vá a luta! Beijo. Mara.

Anônimo disse...

Sobre a questão da energia: também achei temerário o discurso do presidente. No entanto, chamo a atenção para a pergunta implícita: o q quer o brasileiro? Será q ambientalistas topariam desligar seus ar-condicionados para evitar a construção de termelétricas? Ou continuar pagando os preços absurdos q pagamos no Acre para evitar a instalação de fábricas e usinas por aqui? Cuba é o único país do mundo com desenvolvimento sustentável, segundo relatório da WWF. O brasileiro aceitaria se o presidente propusesse q nossa infra-estrutura fosse como a de Cuba? Seria o correto, mas ninguém tem coragem de propor.