quinta-feira, 26 de outubro de 2006

A MÚSICA SEMPRE VENCE

Diogo Soares

Música e conjutura política, social e econômica caminham lado a lado. No Acre a regra se confirma. Não somos bastiões do rock ou da música acreana, mas temos a plena certeza de que fazemos parte de um processo que não começou hoje e que, devido a profusão de informações em nível nacional, a
banda virou uma boa notícia. Antes disso, somos quatro caras que se reúnem na salinha do shopping Rafaela, há quase quatro anos, pra fazer um som, inventando nossas próprias canções, num primeiro momento por mera diversão.

Todo o passado roqueiro acreano, dos Mugs e Bárbaros, passando pelos desbravadores headbangers, incluindo-se aí as bandas da comunidade Zadoque, já fizeram o caminho proposto pelo Varadouro, levando a música do Acre para outras paragens. Como bem observou o Mário Lima, à época em que aconteceram estas empreitadas artísticas a conjuntura era outra. Hoje, além do apoio do poder público (que recentemente bancou passagens de avião para três ou quatro bandas de metal participarem de um festival em Porto Velho), o Brasil passa por um momento histórico muito favorável ao encontro da produção nacional, através do trabalho de selos independentes, da organização política surgida a partir dos festivais e evento esporádicos, da invenção e popularização do MSN, do Orkut e outras portas que a internet oferece, da criação de novos espaços e veículos de mídia, atentos para o que está acontecendo.

O que estamos fazendo no Acre, não é porque somos tocados por Deus, como alguém já disse, ou porque achamos que tudo o que foi feito não tem valor, pelo contrário, durante a construção do Varadouro, a participação de personagens importantes na história da nossa música foi tida como imprescindível. Tanto que numa das tardes de debates, no auditório do João Paulo, onde todos os que debatem aqui poderiam ter estado presentes e se manifestado publicamente, Márcio Batista e Zé Uchoa, caras que fazem movimento rock no Acre há bastante tempo, afirmaram que muito já havia sido feito mas que em nenhum momento o rock acreano esteve tão conectado com o que acontecia no resto do Brasil, reconhecendo o movimento de vanguarda no qual o Acre está inserido.

Não por causa dos Porongas, do Catraia, mas por conta da conjuntura. As estruturas do mercado fonográfico estão falidas e nós sabemos disso, estamos correndo por fora, por Fora do Eixo, por dentro da Associação Brasileira de Festivais Independentes e isso exige trabalho sério e música boa. Basta procurar as primeiras opiniões de quem entende do assunto para saber se o Acre tem ou não tem isso. Outro aspecto relevante... além de criar, temos que pensar na estrutura que vai proliferar a arte que fazemos.

E por que? Porque somos artistas integrados ao mundo em que vivemos e acreditamos que o nosso canto é o canto de uma geração. Se nós não acreditarmos nisso, quem mais vai? E é exatamente isso, unido à vontade de ver um mundo onde as pessoas tenham mais acesso, sejam mais justas, mais críticas, mais emancipadas (efeitos colaterais(?) que arte proporciona) que faz com que tiremos dinheiro do bolso, que tragamos gente de todo canto do país, que percamos noites de sono. E são comentários como os do Lúcio Ribeiro, do Thiago do Alto-Falante, do Dagoberto, do Tramavirtual, do Mini do Walverdes, do Danislau do Porcas Borboletas, do Fernando Rosa do Senhor F e debates como esse que nos fazem ter a certeza de que a música, a música sempre vence.

Sempre disposto ao debate me despeço com as tradicionais saudações poéticas e amazônicas a todos os leitores do Blog.

Diogo Soares é vocalista do Los Porongas e membro da curadoria do Festival Varadouro. Aviso ao Daniel Zen, do Catraia Records, que enviou mensagens de texto para telefones dizendo que eu não poderia criticar o Varadouro porque não havia comparecido ao festival: a foto acima, do Diogo, foi tirada por mim. Bem, não vou esperar para reencarnar noutro lugar que não seja o Acre para que me digam que estarei autorizado a opinar, por exemplo, sobre um festival de música. Para existir, a cena independente não necessita de público tampouco de crítica. Na verdade ela é uma confraria e, no fundo, a maioria sonha mesmo é poder gravar numa Som Livre e aparecer no Domingão do Faustão ou no Raul Gil. Sucesso, rapaziada.

25 comentários:

Anônimo disse...

Ainda bem que você disse que já tinha esquecido o assunto!! Mas pelo visto, nenhum outro post criou tanta polêmica (que com certeza é o que você gosta), então, resolveu voltar e ainda dar uma apimentada com esse comentário sobre o Domingão do Faustão, não é isso? Ah, Altino, sai dessa! Abre uma skoL!

Anônimo disse...

pow... altino, abre duas skol e me convida pra festa ficar legal.

Anônimo disse...

Não, nem pensar. Já disseram que vou ficar igual ao Obelix. Você já chegou lá, mas estou querendo adiar a previsão relacionada a mim. Sem latinha. Melhor um biscoito água e sal.

Anônimo disse...

Só não entendi uma coisa: Por que o som eletrônico da "pequena boate" parou apenas durante a apresentação dos "Los Porongas"?!

Anônimo disse...

o que acho contraditório é que essa turma fala em cena independente e para fazer um festival ou ir para o sul maravilha tocar em outros festivais ou tentar o faustão precisam do Estado.

Anônimo disse...

Duvidamos se a cena independente nos outros estados tem tanto apoio como a cena do Acre tem. Somos de São Paulo. Jamais o governo vai dar 100 mil para um festival barrela de rock. A não ser que os roqueiros sejam de confiança do governante. Nos disseram que ai a coisa funciona assim. Essa banda poronga tudo é funcionário do governo. Nessa pegada, meu, qual é a música que não vence?

Anônimo disse...

Estou com o Altino: esse pessoal sonha mesmo é com o faustão. (rs,rs,rs,)Faz tempo que não rio tanto. Essa verve do Altino é genial.

Anônimo disse...

Pena que o Diogo nao fala nada sobre quanto foi gasto. Tá todo mundo querendo ver a prestação de contas do festival. Tava lendo na Rolling Stone que a Karla trabalha na fundação e é sócia do Catraia e organiza o festival. Galera tem que explicar isso.

Anônimo disse...

A Karla é também sócia daquele restaurante chique do parque cuja outra sócia é a irmã do vereador do pc do b o kalil, cuja mãe é dona da empresa que vende marmita para o presídio sendo todos do pc do b desde crianças.

Anônimo disse...

Altino, meu caro, já vi que você gosta mesmo é de polêmica. Como posso ter falado que você não foi ao evento se nos encontramos e conversamos lá? O que disse em mensagem de celular foi que você não teria assistido a todas as apresentações, não teria ficado até o final, o que prejudicaria sua opinião em relação a algumas bandas (que você denominou de lixo cultural), mas não sua opinião com relação ao evento em sí. Mas, se você diz que estava lá até o fim, eu acredito, não duvido. Jamais diria que você ou qualquer outro não estaria autorizado a emissão de qualquer crítica, sou um democrata, prezo pelas liberdades civis e políticas em primeiro lugar. E essa mensagem só foi enviada para Milena, Adaildo e Walquíria, justamente quem estava lá para escrever as resenhas dos shows para a tua agência, a Aquiry. Fora isso, quem sou eu para dizer o quê, quando e como você deve escrever ou deixar de escrever, quanto mais no seu blog. Contudo, quando se polemiza algum assunto, se deve fazer baseado em fatos ou dados concretos e não em suposições ou conjecturas, como você continua insistindo em fazer com relação ao público, mesmo depois de eu ter lhe enviado o fechamento dos dados de bilheteria. Mas fique a vontade, liberdade de imprensa, impressão, expressão e tudo mais sempre. Só recomendo aos visitantes do blog a leitura de outras opiniões, contrárias aos comentários do Altino,de quem têm experiência no assunto(pessoas não vinculadas à coordenação do evento), para poder haver o devido contraditório, a visão dos dois lados: sites Tramavirtual e Senhor F, colunas on-line PopLoad e Zap’n’Roll, programas de TV Zappeando, Tramavirtual e Alto-Falante e por aí vai.

Quanto ao comentário da cena independente depender do Estado, aí recomendaria a leitura de artigos onde se explica que ser independente, no meio musical, é não estar vinculado a grandes gravadoras ou grandes complexos de comunicação e que, por isso mesmo, depende-se de outras estruturas financiadoras, tal como o Estado.

E por fim, quanto à prestação de contas, já falei nos comentários de outros posts que, assim que finalizada a pós-produção (pagamentos, acertos, etc.), não vejo problema em tornar isso público. Transparência, sempre. Abraços a todos, o debate está saudável e isso é muito bom!

Anônimo disse...

A propósito deste assunto e de outros que estão animando os papos no blog, recomendo que veja o filmezinho, nbo endereço:

Neo encontra Bonner e Homer na Matrix!

Assistam! É IMPERDÍVEL!!!

Link para o vídeo no youtube:


http://www.youtube.com/watch?v=Sv55JusfEC8

Anônimo disse...

Irrepreensível o texto do Diogo!!! Todavia, o que mais me chama atenção é o comentário meramente agressivo do dono desse blogger - deve ser piada... ter como objetivo aparecer no Faustão ou no Raul Gil...
- Risos e mais risos...
- Gargalhadas mesmo...
São detalhes como esses que demonstram o desconhecimento de causa desse rapaz... Opinar todo mundo pode, mas a dimensão, seriedade e importância dessa opinião é diretamente proporcional à verdade que representa...
O Festival Varadouro é investimento público em cultura, e pra quem viveu, vive e conhece a realidade da música acreana, sabe o que ele representa: a busca de caminhos viáveis para a música acreana no cenário regional e nacional, cujos frutos já são visíveis...
É melhor gastar o dinheiro público fomentando a cultura do que jogando no ralo da corrupção. No primeiro caso existe retorno e é positivo, mesmo que olhos e ouvidos toscos não consigam perceber os ecos da tribo do aquiry.
Faustão e Raul Gil... parece comentário de jurado de programa de auditório.
Palmas pro Altino!!!
Ele merece!!!
Ele merece!!!
Ele merece o troféu abacaxiii...

Anônimo disse...

citando a frase que Diogo gritou com toda sua carga de deboche no referido festival: "...a música sempre vence!"
espero Diogo, que vc entenda um dia que "vencer na música" não é tudo. Que a fama, que você busca desesperadamente, não é tudo.
Mas talvez você demore tempo demais pra entender o quão importante são as pessoas, os seres humanos, e que é por eles que os homens de verdade projetam suas lutas, e não por si mesmos.

Anônimo disse...

O post Acre Internacional na Bienal gerou apenas um comentário. Isto pode significar que estamos mesmo interessados no Festival Varadouro. Então, deixa a Bienal prás bandas de lá e que venha o II Festival Varadouro.

Anônimo disse...

Precisamos, realmente analisarmos a questão de maneira propositiva, aprendendo, debatendo e mostrando caminhos. O Festival foi válido, a participação do governo é valida, pois aí cumpre parte de sua obrigação para com a cultura, ou será que governo deve somente pagar funcionário público, promover reeleição ou fazer a festa do boi?
Realmente todos tem direito a opinar. Alguns o fazem com argumentos que geram mais reflexões, esclarecimentos e debates. Outros simplesmente fazem comentários infelizes, irônicos e sem fundamento, na verdade, espelho do próprio carater.
Ver um assunto com esse do varadouro gerar esse rebuliço é interessante e au mesmo tempo preocupante. Interessante porque propicia mais um holofote no movimento pela cultura do rock (mesmo que nao seja o holofote qu queriamos). Preocupante porque se nesse momento não cerrarmos forças no sentido de esclarecer todos os aspectos levantados, corremos o risco de termos aí mais uma nuvem negra que venha a jogar o rock acreano mais uma vez no limbo do esqucimento, como já vimos tantas vezes.
Seria bem interessante a organização de uma reunião, de um debate para se discutir isso, pois, ficar nesse fogo cruzado em que se encontra agora o assunto, com certeza não trará bons frutos a ninguém.
Tô com o Diogo, tô com a galera do rock, seja alternativo, seja o que for. Não vou lelar em consideração comentários que em nada contribuem para a consolidação desse movimento no Acre, somente é bom esclarecer que nem todos tem o mal gosto de assistir Faustão u Raul Gil (arremedos de cultura popular). Gravar todos querem ter sua musica difundida todos querem mas isso não quer dizer que todos se vendem pra isso. Pois seria a mesma coisa que dizer que todo jornalista no Acre sonha em ser da Folha de São Paulo, da revista Veja, ou ser reporter no programa Cidade em Alerta. Enfim, precisamos consolidar nosso movimento, do contrário teremos de conviver eternamente com as mensagens cantadas só pelos gringos, quando temos acesso a eles comprando seus cds caríssimos ou quando compramos o genérico (quando tem ou quando a policia não toma dos camelos).
Obrigado,

Anônimo disse...

Crianças, menos veneno... a inveja mata! Vai lá Diogo Soares, arrebenta! O cara escreve bem, tem melodias lindas, é articulado e articulador, entrevista super bem, é inteligente...A galera não aguenta, principalmente quem não tem competência, ou se sente velho e fraco ou gosta de tirar onda de socialista.

Anônimo disse...

A música do diogo vence sempre.
Pudera, com o dinheiro público!

Anônimo disse...

Altino, meu caro, já vi que você gosta mesmo é de polêmica. Como posso ter falado que você não foi ao evento se nos encontramos e conversamos lá? O que disse em mensagem de celular foi que você não teria assistido a todas as apresentações, não teria ficado até o final, o que prejudicaria sua opinião em relação a algumas bandas (que você denominou de lixo cultural), mas não sua opinião com relação ao evento em sí. Mas, se você diz que estava lá até o fim, eu acredito, não duvido. Jamais diria que você ou qualquer outro não estaria autorizado a emissão de qualquer crítica, sou um democrata, prezo pelas liberdades civis e políticas em primeiro lugar. E essa mensagem de celular só foi enviada para Milena, Adaildo e Walquíria, justamente quem estava lá para escrever as resenhas dos shows para a tua agência, a Aquiry. Fora isso, quem sou eu para dizer o quê, quando e como você deve escrever ou deixar de escrever, quanto mais no seu blog. Contudo, quando se polemiza algum assunto, se deve fazer baseado em fatos ou dados concretos e não em suposições ou conjecturas, como você continua insistindo em fazer com relação ao público, mesmo depois de eu ter lhe enviado o fechamento dos dados de bilheteria. Mas fique a vontade, liberdade de imprensa, impressão, expressão e tudo mais sempre. Só recomendo aos visitantes do blog a leitura de outras opiniões, contrárias aos comentários do Altino,de quem têm experiência no assunto (pessoas não vinculadas à coordenação do evento), para poder haver o devido contraditório, a visão dos dois lados: sites Tramavirtual e Senhor F, colunas on-line PopLoad e Zap’n’Roll, programas de TV Zappeando, Tramavirtual e Alto-Falante e por aí vai.

Quanto ao comentário da cena independente depender do Estado, aí recomendaria a leitura de artigos onde se explica que ser independente, no meio musical, é não estar vinculado a grandes gravadoras ou grandes complexos de comunicação e que, por isso mesmo, depende-se de outras estruturas financiadoras, tal como o Estado.

E por fim, quanto à prestação de contas, já falei nos comentários de outros posts que, assim que finalizada a pós-produção (pagamentos, acertos, etc.), não vejo problema em tornar isso público. Transparência, sempre. Abraços a todos, o debate está saudável e isso é muito bom!

Anônimo disse...

Nossa, quem é essa kelen? Viram a última msg dela? Quanto preconceito. Para ela quem critica quem é velho e socialista. Nossa, da onde saiu essa cabeça?

Anônimo disse...

Que papo é esse desse rapaz dono da catraia records o Daniel. Pra ele independete é não depender do mercado ou melhor é não está vinculado a ele. como o grupinho, e sua empresa, depende do Estado do Acre, segundo o empresário, sua turma continua sendo independente. Quanta confusão para tentar desencaminhar o óbvio. Independente, jovem, é independente. O resto é esquema como foi o varadouro com o poder público. Conta outra. Gostaria de saber se a Karla Martins é mesmo sócia do Catraia Records. Responde.

Anônimo disse...

Eu, hein, já tá ficando é chato! Galera, vamos terminar o papo por aqui. Aguardar a prestação de contas, que para alguns é tão fundamental, e pronto! Tudo bem que o debate é sempre válido, mas aqui estamos criando um clima ruim, que acho que não vai levar a lugar algum! Quem gostou do festival, ótimo! Soube aproveitar, reconhece sua importância e sabe que mesmo com todas as críticas, o movimento vai continuar e cada vez mais aumentar, ganhando novos adeptos. Quem não gostou, pronto! Já acabou! A prestação de contas virá. E para esses, resta construir um outro cenário, que seja tão válido quando este! Não apenas sentar na frente do computador e criticar! Um abraço!

Anônimo disse...

O eu (daniel) só não respondeu se a Karla Martins é mesmo a sua sócia na Catraia Records - já tá querendo encerrar o papo. Presta contas, Daniel (eu).

Anônimo disse...

Essa prestação de contas do Daniel Zen tá parecendo o inquérito da federal a respeito do Dossíê. Não sai nunca.

Anônimo disse...

Aí esse Diogo é um mala mesmo.E pior cercado por uma turma merecedo de sua magnifica amizade.Esse é o cara tocado por Deus...Tem gente que se acha!

****** FIM DAS ATIVIDADES ****** disse...

a finalidade da vida é o desenvolvimento próprio....

Infelizmente há muitos aí no Acre que sentem tamanha inveja que não se aguentam de raiva por saber que os Los Porongas (e o Diogo em especial) são caras que levam o nome ACRE estampando na camisa!

Acorda pessoal!!!

Altino, continuo a considerar seus trabalhos, mas esse... desprezo.

Manda notícias boas dos Los Porongas para todos, logo mais....

Ah! Já souberam que eles estão sendo apontados como uma das maiores bandas do rock brasileiro??? Pois é... São competentes os meninos...

Pensem nisso.