segunda-feira, 31 de janeiro de 2005

MORTALIDADE VERGONHOSA

Segura essa Altino.

Os caras ficam dizendo que a saúde indígena no Acre está boa, no entanto, eles não podem tapar o sol com a peneira. Veja o que diz o IBGE: a saúde indígena aqui é uma das piores do país.

Abraços,

Joaquim Tashka Yawanawa


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um estudo mostrando que o nível de mortalidade de crianças indígenas no Acre é 20 vezes maior que o indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de três mortes para cada mil nascidos vivos.

Os dados, referentes aos anos de 2001, 2002 e 2003, mostram que para cada mil nascidos vivos 60 acabaram morrendo devido à falta do exame pré-natal, à falta de higiene e a questões culturais.

Para o coordenador-regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Luiz Alberto Fernandes, os números do ano passado podem ser maiores que os dos anos anteriores, devido aos vários escândalos que causaram o bloqueio dos investimentos na área de saúde indígena.

Com a falta dos repasses da União das Nações Indígenas (UNI), as equipes de saúde não foram formadas e somente três grupos, compostos por um enfermeiro e dois auxiliares, trabalharam em 13 municípios devido ao consórcio de prefeituras que possibilitaram os serviços.

De acordo com o coordenador-regional da Funasa, com as dificuldades de acesso e com a falta de recursos, várias etnias não foram atendidas.

Fernandes disse acreditar que todas as deficiências poderiam ser superadas com a formação de mais 13 equipes compostas por médicos, odontólogos, enfermeiros e auxiliares.

"Estamos com uma proposta que será discutida com o presidente da Funasa e os diretores do departamento de ação indígena, em Brasília, que é a retomada da contratação dos agentes indígenas de saúde e dar continuidade à capacitação deles", afirmou o coordenador-regional.

Fonte: Instituto Socioambiental

sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

COISAS DA VIDA

O Canal 2, da França, está produzindo um programa de uma hora e meia de duração sobre o Brasil, sendo que 15 minutos serão dedicados ao Acre.

A equipe francesa, comandada pelo jornalista Jean-Jacques Sévilla, desembarca em Rio Branco, após o Carnaval, para entrevistar o governador Jorge Viana, conhecer as experiências de manejo sustentado de madeira na Reserva Extrativista Chico Mendes, em Xapuri, e para entrevistar, na aldeia ashaninka, o secretário de Assuntos Indígenas, Francisco Pinhanta.

Conhecí Jean-Jacques Sévilla em março de 1998, em Boa Vista, quando eu era repórter da Folha de S. Paulo e dei um furo (notícia dada em primeira mão num jornal) internacional com uma reportagem sobre o megaincêndio que devastou florestas e savanas de Roraima.

Ele teve a humildade de me procurar durante a cobertura na cidade para fazer a confissão de que usara meu texto como base para a reportagem que enviara sobre o megaincêndio na condição de correspondente do Le Monde no Brasil.

- Altino, por causa da sua reportagem consegui pela primeira vez que o Brasil fosse manchete num jornal francês.

Sévilla trabalhou 10 anos no Brasil como correspondente do Figaro e mais sete anos como correspondente do Le Monde. Sua última passagem pelo Acre ocorreu em 2003, quando nos esbaldamos comendo pirarucu com baião-de-dois e o entrevistei para o Página 20.

Pena que a entrevista não esteja mais disponível no arquivo de edições anteriores da versão on-line do jornal.

Aliás, quem quiser pode conferir que, de modo deliberado ou não, restou pouca coisa do curto período no qual trabalhei como editor-assistente – de janeiro a outubro de 2003, sobretudo nos últimos três meses, quando a direção do jornal finalmente decidiu dispensar meus préstimos.

E assim, de modo velado, se evita que alguém tenha acesso na web a alguma opinião ou reportagem julgada incômoda. Estou cada dia mais convencido de que daqui a algum tempo terei muita coisa impublicável para contar.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2005

OPERAÇÃO PEGA MARINA

Creio que nessa altura do campeonato político já está debelada aquilo que o jornalista Antonio Alves chama de “Operação Pega Marina”.

A operação tem consistido em bombardear a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, na mída do Acre, que todo dia tem atribuído aos supostos amigos dela a desistência de sua virtual candidatura a sucessora do governador Jorge Viana.

A “Operação Pega Marina” ocorria de modo furtivo, mas se intensificou uma semana depois das eleições municipais, após o governador Jorge Viana ter declarado em entrevista ao jornalista Leonildo Rosas, do Página 20, que “o ideal é que a Frente Popular não deixe para a última hora o nome do candidato que concorrerá à minha sucessão.”

O jornal A Tribuna publicou hoje, na coluna Bom Dia, três recados do governador dirigidos a quem está querendo antecipar as dicussões sobre a sucessão estadual.

Como nunca entendi de política e agora entendo menos ainda, o jeito é transcrever integralmente, para apreciação dos desocupados que acessam esse blog, um trecho da entrevista e os três recados do governador.

Ele disse no Página 20, na edição do dia 10 de outubro, o seguinte:

- Só estou engatilhado até 2005. Daí para frente temos que ouvir os partidos e as lideranças da Frente Popular. Estou animadíssimo para trabalhar muito por Rio Branco e pelo Estado no próximo ano. Eu acho que o ideal é que a Frente Popular não deixe para a última hora o nome do candidato que concorrerá à minha sucessão. Em 2004 tudo ficou muito em cima da hora porque o Angelim ficou secretário até o último dia permitido pela legislação. Isso não foi bom. Vou pedir que a condução do processo seja feita pelo meu partido e pelo partidos da Frente Popular. Tive o prazer de administrar o Estado durante oito anos e não posso no momento da minha saída querer continuar decidindo. Acho que um bom período para começar a discussão é o segundo semestre do ano que vem. Só vou fazer uma exigência: que me deixem ajudar na campanha. Adoro campanha.

Agora os recadinhos postados na edição de hoje da Tribuna:

RECADO 1
Governador Jorge Viana mandou ontem um recado duro para quem está querendo antecipar as discussões sobre sucessão estadual. Segundo ele, 2005 é um ano de muito trabalho e não pode ser desperdiçado com disputas políticas.

RECADO 2
Para Viana, o momento certo para discutir na Frente Popular o nome do seu sucessor é em 2006 e antecipar a discussão prejudica o trabalho que o governo e a Prefeitura têm a desempenhar durante este ano.

PARA BOM ENTENDEDOR...
Jorge Viana disse acima de tudo que, embora não seja candidato ao governo, a sua sucessão precisa ser, primeiro, discutida com ele, que, afinal, também faz parte do processo e ainda é o melhor cabo eleitoral da FPA.

terça-feira, 25 de janeiro de 2005

MEMORÁVEL GROSSERIA

O paranaense Luis e a acreana Janaina são casados e moram em Curitiba. Ele cursa o último ano da faculdade de turismo e ela é formada em farmácia.

Na semana passada, desembarcaram em Rio Branco com a filha Iara, de oito meses, para apresentá-la aos parentes acreanos.

Beto, irmão de Janaina, saiu com o casal e a bebê na manhã de segunda-feira para mostrar-lhes as obras do governo estadual que transformaram a paisagem e a vida de quem vive em Rio Branco.

O casal ficou encantado com o que viu no Parque da Maternidade e na Gameleira, mas isso se desfez com a recepção que tiveram por volta das 10h30 no Memorial dos Autonomistas.

Havia alguns quadros em exposição e um homem e duas mulheres postados no salão, vestidos com camisetas do Museu da Borracha. Eram os recepcionistas do lugar.

Depois de percorrer o ambiente e apreciar os quadros, Luis se dirigiu ao homem e quis saber mais a respeito do artista e do tema das obras.

- Aqui, nós não trabalhamos explicando nada. O que é pra saber está tudo escrito lá. Vá lá e leia.

Calado, Luis se ausentou da presença do marmanjo. Como havia achado bonita a estampa das camisetas dos recepcionistas, antes de deixar o Memorial ele se dirigiu à uma das recepcionista para saber onde poderia adquirir daquelas camisetas ou suvenir do Acre.

- Nós não sabemos informá-lo. O senhor procura por aí que talvez encontre.

Luis é guia de turismo em Curitiba e a família dele é dona de uma respeitada agência de viagem na cidade. Ele e a família já visitaram vários países, mas nunca foram tão maltratados como ali.

Conheço o casal, que acaba de telefonar para avisar que visitou o Museu da Borracha e foi bem tratado pela recepção.

Quem prepara e comanda o pessoal da recepção do Memorial dos Autonomistas deveria tomar uma atitude de desagravo pela memorável grosseria.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2005

MENINO DE XAPURI

O arquiteto acreano Milton Monte, que nasceu em Xapuri, é considerado o criador do estilo amazônico de construir ambientes modernos e adequados às pessoas.

A obra de Milton Monte é destaque no site do Instituto de Arquitectura Tropical, onde é possível ver algumas fotos de suas obras.

“Todo o anterior reforça em Milton Monte a conciencia, a alegria e o compromiso de produzir cada vez mais obras arquitectônicas que tenham a ver com a realidade ambiental e cultural da Amazonia”, assinala a equipe editorial do site.

O artigo a seguir, escrito por José Clemente Schwartz, foi publicado no Diário do Pará após homenagens do povo paraense ao arquiteto. Leia:

"Nascido em Xapuri, no Acre, Milton Monte se considera paraense de coração. Durante a homenagem a ele, na última quarta,19, no Centro Federal de Ensino Tecnológico (Cefet), muitas considerações foram feitas sobre a contribuição dele à instituição desde os tempos da Escola Industrial Federal do Pará e Escola Técnica Federal do Pará, até o atual Cefet. Mas, como não poderia deixar de ser, a pesquisa dos elementos regionais por ele inseridos na arquitetura e prática diária da caridade foram a tônica dos pronunciamentos.

A história das cidades não pode ser contada sem mencionar os nomes dos arquitetos e engenheiros que nelas atuaram. A história da Belém antiga está estreitamente ligada a Antônio Landi, arquiteto italiano que no século XVIII deixou sua marca na Cidade Velha, inspirando os que por aqui construíram até a metade do século XX.

No século XX, mais precisamente na década de 60, três escritórios de engenharia se destacavam em Belém: Pinheiro de Souza/Pena de Carvalho, Camilo Porto de Oliveira e Milton Monte.

MODERNIDADE - A modernidade era a tônica e as construções ganhavam novos ares. A influência do modernismo que explodira nos Estados Unidos durante os anos 50 também chegou a Belém, que aos poucos foi substituindo o tradicional formato dos prédios construídos no tempo da colonização portuguesa por edificações mais adequadas.

Foi nessa época que as casas passaram a ter entrada de serviço e as cozinhas e os banheiros deixaram de ser os dois últimos cômodos das residências, divididas por um imenso corredor que dava acesso a um enfileirado de quartos. Os três escritório davam o tom da arquitetura no Estado naquele período.

Em meio a essa transformação, Milton Monte fez a diferença. Além de se preocupar em atender à necessidade dos paraenses, cujo estilo de vida já não se enquadrava nos moldes coloniais, mestre Monte foi atrás de soluções para questões específicas da região amazônica. Inspirado na moradia dos índios, ele criou os grande beirais quebrados, que protegem as paredes do calor do sol e das rajadas de chuva que desgastam a pintura. Mestre Monte também passou a utilizar elementos vazados em argila, como recurso de ventilação, adotar materiais e plantas regionais como decoração.

LOUROS - O desenvolvimento na pesquisa de recursos regionais rendeu muitas vantagens para os paraenses e louros para seu primeiro investidor. Entretanto, os elogios em âmbito nacional a Milton Monte tiveram início antes mesmo que fizesse tais lançamentos.

Formado em Engenharia Civil em 1952, Milton Monte tornou-se professor de desenho de diversos colégios de Belém. Em 1957, a diretoria do Colégio Moderno recebeu da diretoria de ensino do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) elogios ao professor de desenho do colégio pelo desempenho do aluno Heitor Fernandes Serra, por ter alcançado a nota máxima (10), no concurso vestibular daquela instituição de ensino. O professor era Milton Monte.

Em 1975, recebeu a Medalha Nilo Peçanha, pelos serviços prestados ao ensino profissionalizante nos cursos da Escola Industrial Federal do Pará e da Escola Técnica Federal do Pará. Em relação à pesquisa de elementos regionais a serem aplicados na arquitetura local, em 1990, Milton Monte recebeu diploma e medalha de Destaque Científico, concedido pelo Clube de Engenharia do Pará, pelo destacado trabalho de pesquisas por ele realizado, com destaque para o beiral quebrado, resgate da cultura indígena que foi altamente empregado em projetos executados no Estado.

PESQUISA - O reconhecimento pela pesquisa de recursos regionais também veio do Amazonas, com a entrega da Medalha do Mérito da Engenharia e Arquitetura Nacional, concedida pelo Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura, fato este ocorrido em Manaus, no ano de 1998.

O vôo de um grande pássaro
Muitos foram os prédios de autoria de Milton Monte que despertaram a admiração de especialistas pelo ineditismo das peculiaridades de nossa região. Porém, o projeto do Interpass Clube, em Mosqueiro, cuja edificação faz alusão a forma de um pássaro às margens de um rio, foi o mais festejado no Brasil e no exterior. Com o projeto do Interpass Club, Milton Monte ganhou prêmios em salões de arquitetura e participou de bienais internacionais, exposições em museus de arquitetura na Europa.

A tendência regional se expandiu adquirindo novos adeptos. Atualmente é grande o número de construções compostas com elementos que ele ousou utilizar e quem experimentou aprovou. Por isso que os especialistas dizem que, em arquitetura amazônica, ele é o pioneiro".

sábado, 22 de janeiro de 2005

LÚCIO FLÁVIO PINTO

Comunicado ao público

Há 17 anos assumi com a sociedade o compromisso de manter um jornal que tivesse como único compromisso divulgar a verdade e só a verdade. Para não sofrer nenhum tipo de restrição, o Jornal Pessoal, fundado em setembro de 1997, nunca aceitou publicidade e jamais condicionou a apuração dos fatos a fatores subjetivos e objetivos condicionantes. O limite da sua atuação sempre foi sua capacidade de investigação e raciocínio.

Exercido com dedicação total e aplicação máxima, esse compromisso levou o redator solitário do jornal a passar por muitos dissabores: ameaças de morte, processos judiciais, pressões. Mas no último dia 21, vivi uma experiência nova: a agressão física. Não em cena de rua, em meio a tumulto, num conflito.

Encontrava-me num dos mais sofisticados restaurantes de Belém, que funciona em um parque público, onde antes era a residência oficial do governador. Como faço às sextas-feiras, almoçava com um grupo de amigos do “senadinho”.

Meia hora depois, ali também chegou o diretor corporativo das Organizações Rômulo Maiorana, o principal grupo de comunicação do Pará e do Norte do país. Ronaldo Maiorana estava acompanhado de um amigo. Sentou em uma mesa atrás da minha, ficando às minhas costas.

Continuamos normalmente nosso almoço, embora, a princípio, houvesse uma tensão mal disfarçada à mesa. É que a última edição do Jornal Pessoal trouxera, como matéria de capa, um artigo sobre o desmesurado poder exercido pela corporação da qual Ronaldo era um dos proprietários. E o exercício abusivo desse poder como fonte de desinformação, manipulação e coação da sociedade paraense, submetida a um verdadeiro monopólio das comunicações, certamente o maior do Brasil.

Passados 40 minutos, um dos integrantes da mesa, o arquiteto Paulo Cal, recém-designado para a diretoria de planejamento da Companhia de Desenvolvimento da Área Metropolitana de Belém (Codem), saiu da nossa mesa e foi sentar-se com Ronaldo, do qual é amigo também. Subitamente, o diretor das ORM se levantou, partiu na minha direção e começou a me agredir, pegando-me de costas e de surpresa.

Deu-me um soco, puxou-me pela camisa (arrebentando-lhe os botões todos), aplicou-me uma gravata e me empurrou com toda violência. Cai sobre cadeiras, arrastando pratos e copos. No chão, fui chutado, enquanto Ronaldo, com a cobertura de dois seguranças pessoais (ex-PMs ou ainda integrantes da corporação) gritava, dizendo que me mataria ali ou depois, quando me encontrasse de novo. Nunca mais eu iria falar da família dele. Quando finalmente consegui me levantar e começar a reagir, verbalmente, os seguranças arrastaram Ronaldo Maiorana, que assim escapou ao flagrante (uma viatura da PM, que eu chamei por telefone imediatamente, só chegou ao local 20 minutos depois).

A agressão foi cometida num dos mais conhecidos restaurantes da cidade, que integra um espaço público, administrado pelo governo do Estado, através da Secretaria de Cultura. Esse espaço é protegido por uma empresa particular de segurança, paga pelo governo. Nenhum dos seguranças que estavam de serviço interveio para proteger um cidadão que estava sendo vítima de um crime grave, agressão física combinada com ameaça de morte. O agressor não teve qualquer escrúpulo diante de um restaurante lotado, com mais de 120 pessoas presentes, de agredir covardemente uma pessoa que estava desprotegida. A certeza da impunidade e a presunção do próprio poder, ilimitado, devem tê-lo estimulado a consumar a covarde agressão.

O fato é ainda mais grave porque Ronaldo é presidente do PL local e dirige uma empresa jornalística, exatamente quando a imprensa, em conjunto com outras representações da sociedade, participa de uma campanha nacional contra o desarmamento e a violência. No Pará, um jornalista é o agente da violência, contando com a cumplicidade do seu poderoso grupo de comunicação para coagir, constranger, intimidar e punir os que lhe são desafetos.

Como Ronaldo Maiorana proclamou, aos brados, que vai me matar para que eu “nunca mais fale” de sua família, a partir de agora ele é o responsável por qualquer violência que me vier a acontecer, seja a praticada pessoalmente por ele, seja a acertada com seus cães de fila, sobre os quais pesa a suspeita de integrarem a corporação de polícia organizada para defender a coletividade.

Não me intimidarei. Continuarei a fazer o jornalismo que sempre fiz ao longo de quase 40 anos e a reagir a todas as violências, contra mim e contra terceiros. Tomarei também as providências administrativas e judiciais cabíveis contra esse cidadão que se considera acima do bem e do mal, dono do Estado.

Como não estou à venda, não sou covarde e jamais me curvei aos prepotentes, mesmo que esteja ao seu alcance o maior dos poderes, faço minhas as famosas palavras da legendária heroína espanhola, La Pasionária: “No pasarán”. Não passarão sobre mim pessoas indignas.

Lúcío Flávio Pinto, jornalista

COICE VERGONHOSO


O Diário do Pará destacou na edição de sábado a agressão praticada pelo diretor-editor-corporativo do jornal O Liberal, Ronaldo Maiorana, contra o jornalista Lúcio Flávio Pinto (foto), que foi espancado e ameçado de morte dentro de um restaurante em Belem (PA).

Destaco aqui o testemunho da jornalista Úrsula Vidal e a nota de repúdio assinada pelo jornalista paraense Walter Rodrigues, editor do semanário independente Colunão, de São Luís (MA):


EU ESTAVA LÁ E VI

Úrsula Vidal

Eu vi a dignidade travando uma batalha forçada com a arrogância no Restô do Parque, na última sexta-feira. Uma cena histórica que será lembrada com tristeza e indignação.

De um lado Lúcio Flávio Pinto, 54 anos, jornalista, editor do Jornal Pessoal, professor aposentado da UFPA, pai de 2 filhos, preocupado com as contas do final do mês, cheio de compromissos, ansiedades, decepções, projetos e que segue sua vida fazendo a única coisa que aprendeu a fazer: bom jornalismo.

De outro, Ronaldo Maiorana, 36 anos, diretor-editor-corporativo do jornal O Liberal, pai de 2 filhos, não tão preocupado assim com as contas do final do mês, cheio de compromissos, ansiedades, decepções, projetos e que segue sua vida fazendo a única coisa que aprendeu a fazer: ganhar dinheiro.

Na minha humilde compreensão dos direitos da pessoa humana, ambos se sustentam manipulando peças importantes da engrenagem social: o poder do dinheiro e o poder da palavra. O que dá ao dono do dinheiro o direito de ameaçar de morte e agredir fisicamente o dono da palavra? Ronaldo, um homem jovem, boa praça, trabalhador, teria se deixado levar pela ilusão de que o poder pode alargar seus limites como cidadão?

Se a acidez das palavras de Lúcio provoca queimação no estômago de quem quer que seja, a justiça está aí para julgar a possível leviandade de cada acusação. Prefeitos, governadores, parlamentares, secretários de Governo estão todos sujeitos à crítica e até a acusações feitas pela imprensa, pois tomam decisões importantes que afetam a vida da comunidade. Assim como quem detém o poder da comunicação, da geração de empregos, das articulações políticas.

Sabemos que a família Maiorana é grande, que todos têm uma função no grupo, que os irmãos trabalham e que o resto da família deve ter desaprovado a atitude violenta de Ronaldo. Mas se a família não o fez, é bom lembrar que o tom mais sombrio do episódio foi dado pela covardia. Ronaldo partiu para cima de Lúcio com a certeza de que nada lhe aconteceria fisicamente, já que um gigantesco segurança cuidava da retaguarda do patrão.

O Lúcio saiu ferido e o respeito à liberdade de imprensa, despedaçado.


COICE VERGONHOSO!

Walter Rodrigues

A agressão covarde e criminosa ao jornalista Lúcio Flávio Pinto exige reflexão e providências coletivas. É preciso denunciar, pressionar, exigir, em nome da própria decência dos paraenses, para que essa patifaria não fique impune, nem se torne daqui por diante a nova “mídia” das Organizações Romulo Maiorana.

Os paraenses precisam saber que violência e covardia existem em toda parte, mas que este episódio apresenta características raras, talvez inéditas, em qualquer época da história. Onde é que se ouviu falar que o diretor executivo de uma corporação midiática, auxiliado por capangas armados, escoiceou e jurou de morte um jornalista independente, ainda por cima à luz do dia? Como admitir como “normal” que referidos sicários sejam soldados da Polícia Militar, contratados para fornecer “segurança” a quem precisa é de internação? Como não sentir repugnância ante o silêncio inominável das autoridades?

O Pará, neste momento, envergonha os paraenses de qualquer lugar. Envergonha o Brasil. Só a vergonha dos paraenses pode reagir à altura.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2005

VIOLÊNCIA NO PARÁ

Jornalista Lúcio Flávio Pinto é agredido e ameaçado
de morte
por herdeiro do grupo ORM em Belém

Jornalista levou socos e pontapés do empresário Ronaldo Maiorana e de seus seguranças em restaurante de Belém; leia o artigo que provocou a reação violenta do empresário cujo grupo detém, além da afiliada local da TV Globo, o diário O Liberal e emissoras de rádio no estado do Pará.


Maurício Araújo
De São Paulo

O jornalista Lúcio Flávio Pinto registrou queixa de agressão e ameaça de morte contra o empresário Ronaldo Maiorana e seus seguranças hoje na delegacia do bairro de São Bráz, em Belém. Maiorana é diretor e herdeiro das Organizações Romulo Maiorana, o maior conglomerado empresarial de comunicações do estado do Pará. A agressão ocorreu no restaurante do Parque da Residência, no horário de almoço.

Segundo Pinto, Maiorana sentou-se em uma mesa atrás da sua e, cerca de vinte minutos após adentrar no recito, agrediu-o com um soco e passou a ameaçá-lo de morte aos berros. "Após o soco, ele me deu uma gravata e me empurrou. No chão, recebi chutes, também dos seguranças", afirmou o jornalista. O economista e comerciante André Carrapatoso Coelho, que acompanhava Pinto e tentou apartar a briga, também levou chutes e registrou queixa na polícia. Leia abaixo a entrevista exclusiva com Lúcio Flávio Pinto, onde ele narra detalhes do ocorrido.

O restaurante, localizado em uma região central da cidade, é freqüentado pela elite da capital paraense. Estava cheio na hora. "Havia por volta de 80, 100 pessoas, muitas das quais conhecem ele". Os Maiorana são conhecidos - e temidos - na cidade pelo enorme poder político que possuem no estado do Pará.

O Grupo ORM
O grupo empresarial ORM foi fundado por Romulo Maiorana, pai de Ronaldo e Romulo Filho. A empresa familiar detém a concessão da TV Liberal, a afiliada da Rede Globo no estado, além do principal diário paraense, O Liberal, e de algumas emissoras de rádio. O jornal O Liberal é líder no estado e possui 85% dos leitores paraenses.

Na sede do jornal, onde dá expediente, Ronaldo Maiorana não foi encontrado para dar declarações. "Apanhou e mereceu", afirmou um dos funcionários, que não quis se identificar, comentando o ocorrido. "Jornalista, e por acaso ele é jornalista?" Foi o que ouviu a reportagem do amazônia.org.br de outro funcionário do diário que também não quis dizer o próprio nome, enquanto tentava falar com Maiorana.

Lúcio Flávio Pinto já ganhou quatro prêmios Esso de jornalismo.

Também não foi possível conversar com o diretor de relações públicas, Edson Salame, que não estava presente , segundo um funcionário que se identificou como Luís Cláudio e que desligou o telefone abruptamente, finalizando o diálogo. Após essa interrupção as ligações do amazonia.org.br não foram mais atendidas.

O dono da quitanda
No artigo intitulado "O Dono da Quitanda", Lúcio expõe preocupação com a situação de "quase-monopólio" da opinião pública do estado do Pará, segundo ele atingida pelo grupo ORM. No texto, o jornalista percorre a trajetória de ascensão da organização, relatando episódios que permitiram a conquista da liderança nos diversos segmentos da mídia paraense. Também são elencados supostos exemplos de como os Maiorana utilizam esse poder para pressionar políticos e empresas a agir segundo seus interesses. Para o jornalista, o domínio que o grupo exerce "não tem paralelo em qualquer outra capital brasileira. Em todas elas a disputa é bem maior, não há essa hegemonia."

Lúcio Flavio Pinto
Lúcio Flávio é um dos mais prestigiados jornalistas em atividade na Amazônia brasileira. Vive em Belém, onde edita o Jornal Pessoal, uma publicação independente, preenchida quase que na totalidade com textos seus. Ao longo de quase quarenta anos de profissão, colaborou com alguns veículos da imprensa brasileira, como a revista Veja, o jornal O Estado de São Paulo - onde escreveu por dezessete anos - e recebeu diversas premiações, inclusive internacionais. Também acumulou uma série de processos, alguns movidos por grandes empresas, como a C.R. Almeida, que viram seus interesses contrariados nas páginas do Jornal Pessoal.

Agora, o veterano da imprensa amazônica - participou até de Realidade - vai recorrer à Justiça. O inquérito por ameaça de morte e agressão já está em andamento. Pinto pretende pedir audiência à OAB/PA e ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Uma ação pedindo indenização por danos morais também deve vir na seqüência.

Leia entrevista exclusiva:
"Minha sensação é de impotência e tristeza. Pois eles são donos do Pará. Na minha terra sou submetido a uma lei de cangaço."

Fonte: Amazônia.org.br

Leia entrevista com Lúcio Flávio Pinto publicada no site da revista Caros Amigos em julho de 2004.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

FERNANDA LIZARDO


A jornalista e escritora Fernanda Lizardo, 23,que mora no Rio, também decidiu mostrar a língua. Na mensagem que enviou afirma que "queria dizer foda-se para as minhas obrigações”.

- Mas como sou menina comportada mostro a língua. Ultimamente estou mostrando língua para todas as minhas obrigações. Dificilmente saberei o que penso quando mostro a língua. A língua eu deixo quieta, dentro da boca, pra não falar demais. E só mostro assim, ó, quando o Altino me pede.

Fernanda Lizardo trabalha na Seleções, de Reader's Digest. Ela mantém o blog Cooper, onde publica contos ao estilo roman à clef.

Ex-apresentadora de TV, em 2003 Fernanda Lizardo foi modelo de um ensaio realizado pelo fotógrafo Betho Feliciano no teatro de Ouro Preto (MG). As belas fotos podem ser apreciadas em Fine Arts (Cooper).

Outras fotos variadas de Fernanda Lizardo podem ser vistas no Multiply.

Recentemente a jornalista foi entrevistada no Fantástico, na reportagem Milagre da Vida. Prematura, ela nasceu com cinco meses e 18 dias de gestação.

Quem diria que a língua dela fosse se desenvolver tão sensual? Não deixem de ler os contos que indiquei. Eles farão parte do livro "O Sexto sexo", previsto para ser publicado até o final do ano.

DANI FISCHER


Minha velha amiga Daniela Fischer, 18, estudante de farmácia e bioquímica em Goiás, está curtindo as férias em Rio Branco.

Depois de ter lido os últimos posts, foi revirar os velhos álbuns de fotografia e enviou uma dando língua. Dani explica:

Altino, essa foto tirei quando morava em Brasília, em julho de 2003. Eu tinha 15 anos e morava com o meu primeiro ex-namorado, o Tiago Wainberg.

Estava vindo embora pro Acre. Talvez eu não quisesse tirar a foto, não lembro bem. Lembro que o Tiago pediu para me virar e quando virei dei língua. Ele bateu a foto. Ficou muito espontânea.

Comecei a namorar com o Tiago com 14 anos. Terminamos uma semana depois que eu completei 17 anos. Bem, todo mundo acha feia essa foto, mas eu gosto dela porque me deixou espontânea, natural, linda.

Parabéns! Seu blog continua surpreendente.

Beijos.

Daniela Fischer

HUNA!


Caro Altino: Alguém mais se habilitou em mostrar a língua no teu blog? Sugiro a clássica do Einstein.

Mas esta mensagem é apenas para informar que possivelmente, na edição do próximo domingo do jornal O Estado de São Paulo, sairá uma especial sobre os geoglifos.

Um abraço, Alceu Ranzi.

Agradeço a sugestão, Alceu. Está aí a famosa foto da careta de Einstein na qual ele mostra a língua para o mundo. Pode existir alguma interpretação diferente se considerarmos os fatos?

domingo, 16 de janeiro de 2005

VIVA EINSTEIN!


Alceu Ranzi, que escolheu a foto acima para ilustrar o perfil dele no Orkut, manda o seguinte recado:

- Depois do que lí no teu blog estou pensando seriamente em mudar a foto. Se o Einstein estivesse vivo seria mal interpretado pelos censores de plantão. Poderia até ser condenado a ter a língua cortada. Viva o Einstein!

Apesar da foto, Ranzi continua doutor em Wildlife Ecology pela Universidade da Flórida, professor associado no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina e no Programa de Mestrado em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais da Universidade Federal do Acre.

Quem quiser saber mais a respeito dele deve clicar em
Geoglifos da Amazônia.

Valeu, Alceu! A gente acredita em final feliz. Quem quiser pode enviar foto dando língua para los puretas.

sábado, 15 de janeiro de 2005

ASSIM SEJA

Passei uma semana sem postar, mas volto a fazê-lo perplexo com o fato de que certas coisas insignificantes às vezes ganham uma relevância descabida no ambiente político da aldeola.

Meu último post foi uma apresentação bem informal da jornalista Ana Paula Ribeiro, assessora de imprensa da prefeitura de Rio Branco, baseado em material que ela publicou na internet.

Não havia nenhuma opinião ou crítica minhas e encerrei aquele post desejando bom trabalho à jornalista em sua nova missão. Mas jamais imaginei que o mesmo fosse se tornar objeto de tanta conjectura e maledicência políticas.

Pessoas do primeiro, segundo, médio e baixo escalões do governo e da prefeitura telefonaram, enviaram e-mail ou me abordaram na rua para fazer comentários a respeito do que foi publicado.

Até o governador Jorge Viana e o prefeito Raimundo Angelim teriam sido informados sobre “o que o Altino escreveu no blog a respeito da Ana Paula”. Acre is a lie, realmente.

Haja saco para suportar tanta estupidez e maledicência. Disseram que publiquei o perfil com a foto dela e do marido dando línguas para denegrí-los, que minha atitude não se coadunava com a de um colaborador da comunicação do governo estadual.

Teve até quem duvidasse ou interpretasse como manifestação descomprometida para com o governo para o qual trabalha o testemunho do marqueteiro Davi Sento-Sé a respeito dela.

Sento-Sé disse que “a moça” [Ana Paula) é aquela que “vem com aquela conversa do governo da floresta e que todo mundo acredita nela porque ela transpira CREDIBILIDADE e coisa e tal.”

O comentário mais generoso que recebi foi do jornalista Antonio Alves, do blog O Espírito da Coisa, que também é assessor do prefeito. Ele achou que “ficou muito simpática” a apresentação que fiz da colega dele.

Estou indo longe com o assunto porque hoje, quando ainda nem havia tomado o café da manhã, alguém telefonou para avisar que Ana Paula removera todas as fotos que mantinha no fotoblog. “Ela deixou uma mensagem para você”, avisou um porta-voz da maledicência.

Realmente a jornalista deletou todas as fotos do “Tudo o que eu gosto” e deixou a seguinte mensagem aos visitantes com uma imagem de Jesus Cristo: “O que eu gosto mesmo... É de viver em paz, feliz, com Deus no coração. Quem crê em Deus nunca está só. Que Deus te abençoe e que te dê em dobro tudo o que me desejares. Assim seja”.

Assim seja, Ana Paula!

Fotos dela agora só no Orkut, com acesso restrito aos convidados, ou no fotoblog Não há tempo que volte, do Felipe Jaguaribe, que é marido da jornalista.

P.S.: É só para assinalar o que está destacado na coluna à direita desse blog: Os textos aqui publicados refletem exclusivamente a minha opinião e não a das instituições para as quais trabalho ou venha a trabalhar. A reprodução é livre, desde que preservado o contexto e mencionada a fonte.

sábado, 8 de janeiro de 2005

ANA PAULA RIBEIRO


Quem quiser saber mais a respeito da jornalista Ana Paula Ribeiro, assessora de imprensa do prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim (PT), deve consultar o perfil dela no Orkut, a comunidade virtual restrita a convidados, onde se declara “sorriso fácil, humor bipolar, apaixonada, confusa, insatisfeita, enfim... bem mulherzinha mesmo”.

Lá, a gente fica sabendo, entre outras coisas, que Ana Paula é casada, aniversaria no dia 23 de fevereiro e não gosta de política. Suas principais atividades são leitura, cinema e teatro.

Ela adora cantar, gosta de MPB, rock, pop, além de assistir aos programas do GNT e Multishow. Mas afirma que a grande paixão é a família.

Além de 10 fotos, existem cinco testemunhos bastante adjetivados sobre a jornalista. O marqueteiro
David Sento-Sé, da Companhia de Selva, a produtora de vídeo onde Ana Paula trabalhou até ser nomeada assessora do prefeito, escreveu no dia 12 de dezembro o seguinte:

- Olha lá, olha lá é ela. Ela quem? Ela a moça da propaganda. A moça que vem com aquela conversa do governo da floresta e que todo mundo acredita nela porque ela transpira CREDIBILIDADE e coisa e tal. Mas na verdade só o felipão é que sabe o que ela transpira. Olha ela lá, olha.

Ana Paula mantém, desde julho do ano passado, o fotoblog
Tudo o que eu gosto, no qual aparece na intimidade da família ou acompanhada de personalidades como FHC, Lula, Jorge Viana e Arthur Moreira Lima. A foto acima, na qual aparece com o marido Felipe Jaguaribe, foi copiada do fotoblog dela.

Bom trabalho, Ana Paula!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2005

"QUALQUER UM FÁ-LO"


Esse anúncio bisonho de venda de imóveis, assinado por Antônio Avelino Mendes, foi publicado hoje na capa da edição impressa do jornal Página 20, bem no cantinho direito do rodapé.

Além de tropeçar na língua portuguesa e nas regras elementares de comunicação e propaganda, o anúncio indica a sede do Ministério Público do Acre como um improvisado escritório de corretagem imobiliária.

O jornalista Tião Vítor, que acumula a editoria do Página 20 e a assessoria de imprensa do Ministério Público, poderia ter poupado os leitores e as duas instituições a que serve.

Aliás, bem que o Ministério Público poderiar apurar essa afirmação do anunciante de que qualquer um pode fazer dinheiro, a qualquer momento.


Leia para crer. Caso permaneça incrédulo, dê um clique sobre o anúncio para ampliá-lo junto com sua perplexidade.

terça-feira, 4 de janeiro de 2005

ACRE COME MOSCA

Embora o governador Jorge Viana seja petista e amigo do presidente Lula e nossos deputados federais e senadores gostem de alardear coesão, o Acre ficou fora do projeto Anel de Belém, a rede de alta velocidade que interligará os demais estados da região amazônica com informação, computação e comunicação.

O projeto do Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio da Subsecretaria de Coordenação das Unidades de Pesquisa, recebeu investimentos da ordem de R$ 1,13 milhão.

Entre outros benefícios, o Anel de Belém possibilitará o monitoramento dos desmatamentos, a realização de cursos de telemedicina e fiscalização do roubo de automóveis, em tempo real.

A rede terá ainda uma biblioteca digital, com o objetivo de incorporar todos os portais de ciência e tecnologia de universidades e da plataforma Lattes, conjunto de sistemas computacionais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

O Acre ficará de fora porque ainda não possui cabos ópticos. Não é surpresa para um estado onde boa parte dos políticos desconhece a internet e não consegue escrever sequer uma cartinha ao Papai Noel.

O Acre comeu mosca.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2005

COMEÇA DIVERTIDO

O site Notícias da Hora revela que o prefeito de Xapuri, Wanderley Viana (PMDB-AC), foi preso pelo delegado José Alves logo no primeiro dia do mandato.

Viana, que não tem parentesco com o governador Jorge Viana nem com o senador Tião Viana, teria invadido a sede da emissora de rádio 6 de Agosto, pertencente ao governo estadual, tomado as chaves do vigia e o colocado para correr sob ameaças.

gado Jos Rio Branco, revela que o site da Prefeitura de Rio Branco permanec O caso foi registrado na polícia, o delegado convocou o prefeito e acabou desacatado por ele durante a audiência. Alves prendeu o prefeito por algumas horas e o libertou após pagamento de fiança.

Quem quiser saber mais a respeito da ficha pregressa de Wanderley Viana deve clicar em “Traficante, invasor e, agora, prefeito”.

Enquanto isso, três dias após a posse do prefeito Raimundo Angelim (PT), o site da Prefeitura de Rio Branco permanece desatualizado.

Não existe sequer uma referência à posse do novo prefeito ou ao programa Adjunto Emergencial de Limpeza, deflagrado pela nova administração para remover o lixo que toma conta das ruas da cidade.

Já foram recolhidas 250 toneladas de lixo das ruas, praças, calçadas e encosta do rio Acre na área central da cidade.

domingo, 2 de janeiro de 2005

ADJUNTO


Auxiliado pelo neto Samuel, de 1 ano e 10 meses, decidi me antecipar ao adjunto emergencial organizado pelo governo e prefeitura para livrar Rio Branco da sujeira que toma conta da cidade. Cuidamos neste domingo do jardim vicejante que temos no cimo do outeiro. Sou feliz!