sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

BATALHA DA BORRACHA

Para o governo brasileiro era uma oportunidade para mitigar alguns dos mais graves problemas sociais brasileiros. Somente em Fortaleza, cerca de 30 mil flagelados da seca de 1941-1942 estavam disponíveis para ser enviados imediatamente para os seringais. Mesmo que de forma pouco organizada, o DNI (Departamento Nacional de Imigração) ainda conseguiu enviar quase 15 mil pessoas para a Amazônia, durante o ano de 1942, metade das quais homens aptos ao trabalho nos seringais.

Aqueles eram os primeiros soldados da borracha. Simples retirantes que se amontoavam com suas famílias por todo o nordeste, fugindo de uma seca que teimava em não acabar e os reduzia à miséria. Mas aquele primeiro grupo era, evidentemente, muito pequeno diante das pretensões americanas.

O problema era a baixa capacidade de transporte das empresas de navegação dos rios amazônicos e a pouca disponibilidade de alojamento para os trabalhadores em trânsito. Mesmo com o fornecimento de passagens do Lloyd, com a abertura de créditos especiais pelo governo brasileiro e com a promessa do governo americano de pagar US$ 100 por um novo trabalhador instalado no seringal, as dificuldades eram imensas e pareciam intransponíveis. Isso só começou a ser solucionado em 1943 por meio do investimento maciço que os americanos realizaram no Snapp (Serviço de Navegação e Administração dos Portos do Pará) e da construção de alojamentos espalhados ao longo do trajeto percorrido pelos soldados da borracha.

Para acelerar ainda mais a transferência de trabalhadores para a Amazônia e aumentar significativamente sua produção de borracha os governos americano e brasileiro encarregaram diversos órgãos do gerenciamento do programa. Pelo lado americano estavam envolvidas a RDC (Rubber Development Corporation), a Board of Economic Warfare, a RRC (Rubber Reserve Company), a Reconstrucction Finance Corporation e a Defense Supllies Corporation. Pelo lado brasileiro, foram criados o Semta (Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia), depois substituído pela Caeta (Comissão Administrativa de Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia), a Sava (Superintendência do Abastecimento do Vale Amazônico) e o BCB (Banco de Crédito da Borracha), entre outros.

Esses novos órgãos, em muitos casos, se sobrepunham a outros já existentes, como o DNI, e não é preciso muito esforço para imaginar o tamanho da confusão oficial que se tornou o empreendimento. (M.V.N)

3 comentários:

Anônimo disse...

Desculpe, me mas tudo não foi solucionado por investimentos de americanos na região! O mais lógico seria que americanos estivessem lá por puro interesse econômico... Os seringueiros se livravam como puderam fugindo da miséria fome e a morte, na esperança de um dia voltar para o nordeste ricos para sustentar a família.

Anônimo disse...

Gostaria q me enviasse via email,bibliografia a respeito de seu artigo da batalha da borracha,p/ pesquiza academica,obrigado.

Anônimo disse...

Contudo acho que o governo não se importava realmente com os nordestinos. Tudo é apenas jogo político de Getúlio Vargas, porém preciso defende-lo nesse caso para trabalho escolar! O ruim é que não sei como!