terça-feira, 30 de agosto de 2005

TORDON NÃO FAZ BEM

Tornou-se negativo para a imagem do Governo da Floresta e de seus fazendeiros aquele balão de propaganda de Tordon na Feira Agropecuária do Acre. Veja o tal balão clicando aqui.

A atitude foi comentada pelo jornalista Lúcio Flávio Pinto no artigo "O fogo, 30 anos depois", publicado no Jornal Pessoal e no site Amigos da Terra - Amazônia Brasileira.


Lúcio Flávio Pinto afirma:

"Passados mais de 30 anos, fazendas continuam a ser formadas no lugar de florestas primitivas. Esse processo só acabará quando não houver mais florestas na Amazônia? É a pergunta que fica no ar, e seu gosto é violentamente amargo.

Tão amargo quanto a notícia que surgiu, também na semana passada, sobre a exibição, na Feira Agropecuária do Acre, de um balão de propaganda do Tordon. Esse foi o herbicida intensamente usado na guerra do Vietnã para eliminar as folhas das árvores, dessa forma expondo os vietnamitas do Norte e vietcongs aos ataques das tropas americanas. O terrível desfolhante químico ficou mais conhecido como "agente laranja", por ser armazenado em tambores dessa cor.

Mas ele não causava seus efeitos nocivos apenas às árvores: quem entrou em contato com ele passou a ter seqüelas incuráveis em todo o organismo, inclusive os que o aplicavam, militares e civis americanos. Descobriu-se que esse Tordon continha agentes cancerígenos e teratogênicos. A versão na fórmula 2D10 foi proibida pelo Ibama, por sua alta toxicidade, podendo provocar câncer e mutações em seres humanos

Mesmo assim, o Tordon, embora com outras fórmulas, é muito usado no Brasil, seja para a eliminação, por via química, de ervas daninhas em diversas culturas agrícolas, seja nos desmatamentos na Amazônia. Como na guerra do Vietnam, aviões espalham o veneno pela floresta. Rapidamente, as árvores desnudas estão prontas para a imolação pela tecnologia mais primitiva do ser humano, que remonta à era das cavernas: o fogo. É como se a Amazônia estivesse sob uma guerra não-declarada".

7 comentários:

Anônimo disse...

Não concordo plenamente com você pois esta sendo um pouco estremista, a questão seria propriamente que se criase regras pra uso equilibrado de muitos inventos do homem.
Não acredito que seja só o tordon é seja ofencivo à ponto de ser preciso passar por um certo rigor de manuseio mas existe uma infinidades de produtos.

Unknown disse...

Não consigo ser hipócrita a ponto de ler o comentário do Nill e ficar calada diante dele!
Que o Tordon não é o único produto fitossanitário que causa problemas ao meio e ao homem, e que merece cuidados no seu manuseio, isso tenho que concordar, mas daí defende-lo, isso é demais.
Como todo produto fitossanitário, é necessário uma série de cuidados para seu manuseio e utilização, como roupas apropriadas (EPI), máscara de proteção dos olhos e até mesmo das mucosas, luvas próprias e botas. Qm acha que isso é besteira, procure a infinidade de casos de intoxicação que encontra-se pelo país afora, p não dizer em todo mundo. Intoxicação a longo prazo, o que é pior, por pequenas doses, que durante anos, foram ingeridas ou absorvidas sem que essas pessoas percebessem.
Acho que não é extremista dizer que é um produto ofensivo, pois o 2,4-d tem um alto poder destrutivo e residual. Ele se manter durante anos nos solos em que foi aplicado, podendo permanecer durante 8 anos contaminando nossas plantações, e por consequência, quem se alimenta dela. Inclusive você.
Já parou p pensar o porque das altas incidências de câncer atualmente? Será que não foram de atitudes mal pensadas que foram tomadas no passado? O que será de gerações futuras se essas mesmas atitudes impensadas continuarem sendo tomadas? Às vezes, um pequeno ato sem maldade feito aqui, como o bater das asas de uma borboleta, pode se tornar num terrível vendaval em outro lugar do mundo.

5555 disse...

Entendo que os desfolhantes tipo tordon e outros do gênero devem ser proibidos no Brasil pelos graves problemas causados á população (deformações em fetos, esterilidade em homens e mulheres, câncer em todas as partes do corpo).
Aqui no Nordeste os herbicidas estão sendo acusados ainda, de provocar a mortalidade de peixes em açudes, alem de agravar o processo de desertificação com a esterilidade dos solos.

92122241 disse...

Bem, podemos nos fazermos uma pergunta?
Para que foi inventado o avião, carro a moto e outros meios de transportes,e os medicamentos?
Tudo isso foi criado para o bem da humanidade, oferecendo conforto e segurança. Certo!
Mas tudo isso usado de forma incorreta vai acarretar serios danos,tornando-se armas muito perigosas.
Assim, tambem sao os produtos fitossanitarios, que usados da maneira correta nao acarretam danos ao meio ambiente e para quem manuseia o mesmo.
Tordon, por exemplo, ja nao e o mesmo de 30 anos atraz, que utilizavam nas guerras.
Tordon sofreu mudanças, tanto, que antes aplicavam no toco das plantas e elas morreriam, hoje e usado mas para controle de plantas anuais, como fedegoso, canela de perdiz,mata pasto dentre muitas outras plantas que podem ser citadas como exemplo, e que são um problema para maioria dos pecuaristas, sendo que essas plantas, nascem no verão (quente e chuvoso), onde lutam por nutrientes, agua, espaço e luz.
Diminuindo a produção de alimento para os seus rebanhos.
Hoje à no mercado, empresas qualificadas que prestam serviços de assistencia tecnica nas propriedades, dando curso, orientação tecnica dos produtos, acompanhando todos os processos que a lei exige, e o mais importante zelando pelo meio ambiente.

Unknown disse...

Tordon não existia na segunda guerra.
o 2,4-d utilizado no agente laranja era muito diferente do que eu aplico no meu gramado. O modo de produção era a principal diferença. Enormes quantidades eram produzidas sem rigor técnico nenhum, levando ao aparecimento de subprodutos como o cianeto, e por isso o Câncer.

Unknown disse...

E quem está falando em Segunda Guerra?
Se não sabe a diferença entre Guerra do Vietnam e Segunda Guerra, fique calado e não fale besteiras.

Unknown disse...

Vi com os meus próprios olhos o efeito colateral que o Tordon provocou nas galinhas de um senhor da roça. O efeito foi neurológico a ponte de algumas dessas aves ficarem aleijadas e algumas morreram! Isso por que ele aplicou o herbicida próximo ao quintal por onde circulada as aves.

José Ferreira - Bahia