segunda-feira, 9 de maio de 2005

GUERRA MEDÍOCRE

A maioria dos jornalistas acreanos, liderada pelo sindicato da categoria, fez campanha pela criação de uma faculdade de comunicação na Universidade Federal do Acre.

Parece que os jornalistas não se consideravam jornalistas pelo fato de não possuírem diploma. Até tentaram se livrar do vestibular ao sugerir à reitoria que fossem reservadas vagas na faculdade para quem já exercia a profissão.

Atualmente, temos em Rio Branco três faculdades de comunicação, duas de jornalismo e uma de publicidade.

Existe agora uma guerra medíocre que envolve aqueles que já exercem a profissão, sem formação, e os que estão ralando para obter um canudinho.

Num evento recente, os estudantes disseram que metade dos jornalistas acreanos é incompetente e a outra metade desqualificada.

A situação vai se tornar mais grave do que eles imaginam porque os arremedos de faculdades começam a cuspir mais gente incompetente e desqualificada.

Tenho satisfação de ser jornalista autodidata, com registro profissional, de ter trabalhado na imprensa local, além de uma breve passagem de 10 anos como repórter de O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e Jornal do Brasil.

Existem professores, jornalistas e leitores incompetentes e desqualificados, mas não dá para generalizar. Acho que as empresas de comunicação têm o direito de contratar quem elas quiserem, sejam formados ou não.

O Gean Cabral, que é estrábico, outro dia me fez o seguinte questionamento:

-Quem você contrataria? Uma telefonista gaga ou com algum problema de dicção, mas formada; ou outra, sem diploma, mas bastante experiente?

Numa entrevista que concedeu à revista Caros Amigos, em outubro do ano passado, o jornalista Ricardo Kotscho revelou:

-Eu queria, como todo moleque, ser jogador de futebol. Não deu certo. Aí, fiz uma brincadeira que o cara que não dá certo em nada na vida acaba sendo jornalista. E quando não sabe nem escrever nem fotografar vira chefe.

E Renato Pompeu completou:

-E se não sabe ser chefe vai ser professor.

-Professor de jornalismo... Bem completado - acrescentou Kotscho.

Quem quiser saber mais a respeito do que penso, deve clicar em Profissão: rerpórter. O debate também está posto no blog da professora de jornalismo Aleta Dreves.

5 comentários:

Aleta disse...

Ainda bem que eu já fui jornalista e virei professora risos ... Será que tudo isso é por insugarança tanto dos profissionais quanto de alguns "prepotentes" acadêmicos ... Bom .. eu aprendi a confiar no meu conhecimento... pelo que leio você também acredita em si e no seu potencial ... mas e os outros ? (risos)

Anônimo disse...

Andei pensando em me tornar jornalista e nem tinha associado isso a alguma ascenção na escala antroposseilaoquê... Onde fica engenheiro nessa regra? Assim, talvez me arvore em voltar às origens...

Anônimo disse...

É sempre assim... acadêmicos prepotentes e inseguros, tão quanto alguns dos profissionais... a única coisa que eu sei é que essa "guerrinha" não leva a lugar nenhum, competência é competência vide Altino Machado entre outros!!!

Anônimo disse...

Nem fui a essa discussão. Perdi o espetáculo :P
Concordo com amigo Chalil Costa, "competência é competência".
Daqui alguns anos a gente quem vê quem vai estar por lá...

Lamlid Nobre disse...

Esse debate e mediocre mesmo.
Pois o proprio mercado se encarrega de selecionar os profissionais. Temos muitos exemplos de pessoas com canudo na mao mas na pratica, nao conseguem nem fazer o trivila. eu mesma trabalho com uma pessoas que fez o curso de jornalismos, mas tenho que revisar e refazer quase todos os textos dela antes de publica-los se nao... ai,ai, ai!