terça-feira, 1 de março de 2005

DIÁLOGO MOTIVO

(para Toinho Alves, a conversa com um trem)

A tua ausência
Não cabe no meu sonho
Nem quando fechas os olhos,
Curvas a cabeça, agigantas os braços
E de tuas mãos devotadas
Jorra a Valsa No 9, de Camargo Guarnieri.

Ah, antes que me esqueça:
Eu não quero voltar a tocar piano nem violino.

A tua ausência
Não cabe no meu sonho
Nem mesmo quando Xico Sá adverte
Que o amor é como a linha reta do trem:
Começa na Estação Paraíso e termina na Consolação.

Estou em Sacramento
Amanhã vou pra Serra da Canastra
Tomar banho na Cascadanta
Beber água na nascente do São Francisco.

Bombons de cupuaçu.
Astor Piazzolla.

Mil perdões.
Ai, que vergonha.
Por favor, me desculpa.
Eu não podia imaginar
Que a sua casa estava cheia de gente.

Je t'aime d'amour.
Tá bem, vem.
Até muito breve.
Inté, trem.

7 comentários:

ALTINO MACHADO disse...

1, 2, 3... Testando! Testando!

Anônimo disse...

Esse Altino...rs rs rs

Anônimo disse...

Pois então..."Malão,..rss gostei da poesia...não sabia que fazias essas coisas assim boas...bem que o "Toinho Espírito da Coisa" falou...rsss""...

ALTINO MACHADO disse...

Escrevi aquilo ontem, após de ler o comentário do Toinho. Pensei: sou macho e vou escrever um poema agora. Saiu aquilo depois de uma hora. Voltei a fingir.

Anônimo disse...

Agora sim! (No início dos 80, Rubem Braga tinha uma coluna num suplemento semanal dos Diários Associados. Nela, uma seção chamada "A Poesia Necessária", em que li Nietszche, e.e.cummings e tudo que mestre Braga garimpava por aí. E ficou, para sempre, o título da seção em minha mente. Realmente, sem poesia, tudo fica meio desnecessário.) Continue fingindo, Altino.

Anônimo disse...

Altino, aquele teu amigo Antonio Alves me censurou de vez. Nada passa por ali vindo de meus dedos (e eu que pensava que ele era democrático...). Espero poder manifestar-me por aqui, sem ofensas, é claro!

Anônimo disse...

Gostei, poético como nos velhos e bons tempos... "pedaço de mim/ metada exilada de mim/ leva os teus sinais/ que a saudade dói como um barco/ que aos poucos descreve um arco/ evita atracar no cais..." Beijo. Plínia. Eu estou com tanta saudade da terrinha!