sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

IMPUNIDADE


A Secretaria das Cidades e Habitação se prepara para derrubar, possivelmente na próxima semana, mais uma mangueira (a terceira na foto, da esquerda para a direita) do Calçadão da Gameleira, no Segundo Distrito de Rio Branco.

Concluída em 2002 pelo Governo do Estado, a obra do Calçadão da Gameleira estabeleceu nova relação da cidade com o rio Acre, mas sofreu um duro golpe no ano seguinte: oito mangueiras e três fícus, também conhecidos como sapucaias ou seringueiras falsas, foram envenenadas e o caso chegou a ser investigado pela polícia.

Um comerciante, que costumava reclamar que as árvores impedem os freqüentadores de seu estabelecimento de ter uma visão panorâmica do calçadão e do rio, estava entre os suspeitos da polícia, mas até hoje nada foi provado contra ele.

As investigações foram conduzidas pelo delegado Walter Prado, diretor da Polícia Civil, que classificou o caso como um atentado ambiental e abriu inquérito para identificar qual produto foi usado para matar as árvores.

As árvores começaram a morrer sem uma causa aparente, mas foram constatados vários orifícios nos troncos delas. A mangueira mais próxima da ponte metálica perdeu todas as folhas e foi a primeira a ser abatida.

As demais dão sinal de avançado estado de enfraquecimento e vêm sendo fotografadas periodicamente pelo arquiteto Eduardo Vieira, secretário das Cidades e Habitação. “Infelizmente, todas elas vão desaparecer da paisagem em poucos anos”, disse Vieira.

O criminoso usou o herbicida Tordon 2-4D, possivelmente misturado com óleo queimado. As mangueiras centenárias chegaram a ser tombadas como patrimônio público da cidade por iniciativa do então vereador Ariosto Miguéis.

A lei 1.117, que dispõe sobre a política ambiental do Estado do Acre, proíbe o uso de herbicidas para abater árvores. Todas as árvores do Calçadão da Gameleira já foram tombadas pelo Imac como patrimônio público.

A lei federal 9.605, que trata dos crimes ambientais, estabelece pena que varia de três meses a um ano de prisão, mais multa, sem direito a fiança, contra quem usa herbicida para eliminar árvores.

3 comentários:

Anônimo disse...

Vc nã acha essas penas de direito ambiental um tanto graves demais?

Anônimo disse...

nossa q pergunta mal elaborada!

ALTINO MACHADO disse...

Graves ou não, o que parece é que não são aplicadas.